O 10º Seminário Catarinense de Agroecologia reuniu centenas de entidades, Agricultores e consumidores durante dois dias, em Lages
Os desafios e a importância de se investir em modelos mais sustentáveis de produção. Este é um assunto recorrente nos debates da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF-SC).
Depois de participar do III Encontro Estadual do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças, que aconteceu no início de maio em Xanxerê, desta vez, a FETRAF-SC esteve em Lages, nos dias 13 e 14, onde marcou presença no 10º Seminário Catarinense de Agroecologia, que aconteceu na Udesc.
Além de atuar na organização do evento, a FETRAF-SC também participou de uma mesa redonda no sábado (14), quando o coordenador, Jandir Selzler, abordou o tema “Agroecologia, Mercados e Sistemas alimentares sustentáveis: o papel dos movimentos camponeses”.
A Agroecologia e o papel das entidades
Segundo a FETRAF-SC, Agroecologia vai além da produção de alimentos, e propõe uma nova visão sobre as relações, “fazer a transição para um modelo sustentável de produção significa olhar também para a intercooperação, para a relação do campo e da cidade, entre quem produz e quem consome”.
A entidade salienta que a função da Agricultura Familiar na produção de alimentos saudáveis é reafirmar a sua identidade enquanto protagonista dessa migração para um modelo mais sustentável nos aspectos ambiental, social e econômico.
Conforme a Federação, é preciso transitar do modelo convencional – em que agricultores são vítimas e altamente dependentes de pacotes de insumos de veneno – para um modelo mais sustentável, garantindo a autonomia dos trabalhadores do campo.
“Precisamos diminuir o custo de produção, aumentar a renda, gerar desenvolvimento local e permitir que as pessoas da cidade tenham acesso ao alimento de qualidade”. Jandir Selzler, coordenador da FETRAF-SC.
Por que a mudança é urgente
A FETRAF-SC avalia que, no último período, houve diversas perdas de políticas públicas para a Agricultura Familiar que afetam diretamente a soberania alimentar do país.
Por isso, segundo a entidade, é necessário promover ações para recuperar a capacidade de investimento do Estado, trazendo de volta as políticas públicas de comercialização, crédito, seguro e habitação rural.
Para a Federação, “vivemos uma contradição do modelo do agronegócio, que produz 5 quilos de cereal ao dia por habitante, mas não é capaz de assegurar a nossa soberania alimentar e nutricional”.
A entidade lembra que, atualmente, existem 80 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no Brasil e mais 20 milhões de brasileiros passando fome.
O Seminário reuniu centenas de pessoas, entre entidades, Agricultores, consumidores, técnicos(as) e estudantes.
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