Projeto “Terra Solidária: Ater de Transição Agroecológica”, com abrangência estadual, tem duração de três anos
Produção de alimentos saudáveis, preservação ambiental e renda qualificada para as famílias do campo. Estes são os principais objetivos do projeto que pretende incentivar a Agricultura Familiar de Santa Catarina para a transição agroecológica.
Focando nesse propósito, o ICAF-SC (Instituto de Cooperação da Agricultura Familiar de Santa Catarina), promoveu na segunda e terça-feira (30 e 31), a primeira etapa de capacitação do Projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) Terra Solidária, em Tubarão-SC.
Durante dois dias, cerca de 40 pessoas, entre técnicos e demais profissionais, participaram de treinamento para processos de transição agroecológica e agricultura de baixo carbono.
O projeto é executado pelo ICAF-SC com recursos levantados pela FETRAF-SC (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar), através de emenda parlamentar no valor de R$ 700 mil do deputado Pedro Uczai.
Primeira etapa
Segundo o coordenador de Projetos do Instituto, Joel Tomazi, nesta primeira etapa, que deve durar um ano, 25 técnicos do ICAF-SC e mais dez de outras entidades serão capacitados em oito oficinas, além de quatro intercâmbios em propriedades que já utilizam o método SPDH (Sistema de Plantio Direto em Hortaliças), e que estão no processo de transição para a agroecologia.
“Cada um desses técnicos será responsável por acompanhar e orientar 20 propriedades da Agricultura Familiar catarinense, totalizando no final do projeto mais de 500 famílias atendidas”, complementa o coordenador.
De acordo com Tomazi, essas famílias serão selecionadas a partir de critérios estabelecidos em parceria com os sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras na Agricultura Familiar, com atuação nas regiões Extremo-Oeste, Oeste, Alto Uruguai, Noroeste, Planalto Norte, Serra, Alto Vale do Itajaí e Sul.
Renda, organização e sucessão
Joel Tomazi explica ainda que a intenção do projeto vai além da produção, e pensa também na comercialização dos produtos, “fomentando a geração de renda qualificada e sustentável, melhorando a qualidade de vida no campo e estimulando a sucessão familiar”.
Entre os objetivos, o projeto prevê a valorização do campo como espaço e modo de vida e de produção sustentável para o autoconsumo, mas também para a comercialização; seja em circuitos curtos valorizando a venda direta ao consumidor, como as feiras da Agricultura Familiar; seja em vendas institucionais para alimentação escolar.
Segundo o coordenador geral da FETRAF-SC, Jandir Selzler, ações como esta são possíveis por conta da intercooperação entre instituições do campo como o ICAF-SC, FETRAF-SC, SINTRAF’s, cooperativas e associações. “Essa cooperação permite a articulação entre campo e cidade, oportunizando também aos trabalhadores urbanos o acesso a alimentos saudáveis”, finaliza o dirigente.