Federação está percorrendo o estado para conversar com lideranças da Agricultura Familiar sobre o Plano Safra e o alto custo da produção
Desde o dia 11 de julho, a FETRAF-SC (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina), vem realizando diversas reuniões em suas bases, distribuídas em 23 municípios do estado. A ideia é falar sobre a produção de alimentos e os desafios da categoria em se manter na produção.
Segundo o coordenador da Federação, Jandir Selzler, um dos objetivos das reuniões com as lideranças da Agricultura Familiar é avaliar o impacto do Plano Safra 2022/23. Para ele, “é preciso discutir sobre o alto custo da produção e as dificuldades que a categoria enfrenta para continuar produzindo alimentos sem incentivos”.
Conforme a FETRAF-SC, a Agricultura Familiar há mais de três anos contabiliza prejuízos com estiagens consecutivas e perdas na produção. Esses prejuízos, segundo a Federação, não são compensados pelo governo Federal.
Como exemplo, a entidade cita o Plano Safra 2022/23, que anunciou recursos insuficientes para a produção familiar de alimentos. Além disso, a Federação denuncia que houve aumento na taxa de juros.
Prejuízos na produção de alimentos
Além das estiagens, a Agricultura Familiar vem enfrentando desafios na produção em virtude do alto custo para produzir. Conforme a Federação, esse fator é determinante para o aumento no valor dos alimentos que a população está pagando.
Em outras palavras, a FETRAF-SC salienta que houve acréscimo no preço dos combustíveis, na energia, nos insumos e implementos agrícolas. Portanto, o aumento nesses preços encareceu a produção em mais de 50% em comparação com 2021. Nesse sentido, os 36% de aumento anunciados para o Plano Safra não estão cobrindo o custo da produção.
Por medida de comparação, Selzler traz dados de 2019. Segundo ele, nessa época, uma saca de adubo era comprada por R$ 80, hoje esse insumo está custando cerca de R$ 300 a mesma quantidade.
Ações
É pensando nas soluções para essa defasagem que a Agricultura Familiar de Santa Catarina está se unindo em diversas reuniões pelo estado. Segundo a Federação, a ideia é discutir e planejar ações para evitar que a categoria pare de produzir.
O coordenador comenta, ainda, que a Agricultura Familiar é um segmento estratégico que garante a produção de alimentos saudáveis e a soberania alimentar e nutricional do país. “Precisamos valorizar esses trabalhadores, pois só assim o preço dos alimentos será justo e adequado para o povo da cidade”, finaliza Jandir Selzler.