Em reunião nesta terça (24/11), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF-SC) cobrou do Secretário de Agricultura, Ricardo Gouvêa, ações urgentes para enfrentar a seca e garantir atendimento aos Agricultores e Agricultoras
A pior seca das últimas décadas já começa impacta na produção e renda dos Agricultores e Agricultoras Familiares de Santa Catarina. Sem chuvas significativas nos últimos meses e sem medidas de auxílios na área rural do estado, a Agricultura Familiar é a primeira a sentir os reflexos da estiagem que não tem previsão de acabar.
Sem chuva, os rios estão secando e as propriedades tiveram perda total no plantio de subsistência, perda total na safra de grãos (milho, feijão, soja), perda total de pastagens dos animais, esgotamento das fontes e reservatórios de água, redução e parada total na produção de aves e suínos, produção de leite. São dezenas os relatos de Agricultores e Agricultoras que percorrem quilômetros atrás de água para dar aos animais e outros que já começaram a vender parte do gado por não ter alimento.
“É inadmissível que estejamos há meses com esse quadro de seca e o governo do estado não tenha tomado uma medida efetiva que garanta atendimento e assistência aos Agricultores Familiares catarinenses. Já falta água nas propriedades e em breve os animais vão começar a morrer de fome e de sede”, questiona Jandir Selzler, coordenador da FETRAF-SC em reunião com a presença do Secretário da Agricultura e todos os deputados estaduais do oeste de Santa Catarina.
Para Jandir, falta ação do Estado com medidas que cheguem até os Agricultores e Agricultoras Segundo ele, o que se tem até o momento são medidas isoladas de alguns prefeitos e ações desesperadas de produtores rurais que se juntam para garantir fornecimento de água para o consumo e também, de garantia mínima para os animais.
“Se o Estado não tem um programa que viabilize o trato dos animais, que procure criar formas, trazer recursos, insumos de outras regiões do país, subsidiar transporte, o custo. Algo precisa ser feito para garantir que na semana que vem os Agricultores e Agricultoras tenham como tratar os animais. Ou o governo vai esperar o bicharedo morrer e os Agricultores e Agricultoras terem ainda mais prejuízo na produção?” indaga Jandir.
Outras ações estão sendo organizadas pela FETRAF-SC, como a organização de mobilizações em todo o Estado. Uma audiência com a governadora Daniela Reinehr já foi solicitada por todas as entidades do campo (Agricultura Familiar e Via Campesina) para apresentar as reivindicações dos Agricultores e Agricultoras, mas até o momento a reunião segue sendo ignorada pelo executivo estadual.
“Não vamos arredar o pé, exigimos respeito e ação imediata dos políticos do nosso estado, para que tragam medidas concretas de auxílio a quem é responsável pela produção de alimentos em Santa Catarina!”, enfatiza o coordenador da FETRAF-SC.
Sílvia Medeiros – Jornalista Fetraf-SC