A quantidade de alimentos consumidos no planeta é calculada e divulgada anualmente pela FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Ano após ano, o cultivo do arroz, se consolida nesta lista como um dos alimentos mais produzidos. Somente no ano de 2018, a produção mundial foi calculada em 777,7 milhões de toneladas de arroz em casca (516,4 Mt de arroz beneficiado). Para o Brasil, os dados apontam em 11,7 milhões de toneladas, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O alimento rico em sais minerais, como ferro, potássio, fósforo, e muitas vitaminas, está presente diariamente na mesa dos brasileiros, inclusive em creches, escolas e universidades. Além de muito saboroso, o arroz traz muitos benefícios para a saúde, principalmente quando é produzido sem agrotóxicos e de maneira sustável, na versão orgânica.
Em vista deste debate sobre a construção da alimentação saudável e também dos impactos dos modelos de produção da agricultura, na saúde e no meio ambiente, a Fetraf-SC, Cresol, Coperfavi, Semear, Epagri, representantes de prefeituras e igreja da Região de Pouso Redondo, Agricultores, Agricultoras, produtores e consumidores de arroz orgânico promoveram nesta quarta-feira, 27 de novembro, a segunda reunião do grupo de trabalho sobre à atividade produtiva de arroz orgânico.
O encontro tinha como objetivo de pensar o processo da produção de arroz orgânico, do ponto de vista social, ambiental e econômico, além de, identificar os eixos norteadores de atuação que se desdobram em outras ações que serão desenvolvidas a partir de 2020. O planejamento para os próximos anos busca aumentar o número de agricultores certificados na produção, para que assim, possam potencializar a comercialização do alimento por meio das compras governamentais, direto consumidor e outros mercados. A Região de Pouso Redondo, escolhida para este debate, se deve ao número expressivo de agricultores e agricultoras que produzem o alimento.
Alimentar-se de maneira saudável tem-se tornando cada vez mais uma obrigatoriedade. A ingestão de produtos livres de agrotóxicos, equilibrados, variados e produzidos de maneira sustentável reflete em melhoria na qualidade de vida e no bem estar social e ambiental. A prática da produção orgânica já é possível. No Brasil, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE 64 mil agricultores se dedicam à produção orgânica, em Santa Catarina, são mais de dois mil. Além disso, existe outros exemplos da viabilidade da produção orgânica, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Rio Grande do Sul, que há mais de 20 anos produz alimentos orgânicos. Por lá, somente no ano 2017, a produção de arroz chegou a quase 30 mil toneladas.
O Coordenador Geral da Fetraf-SC, Alexandre Bergamin, comenta que participar deste debate, em Pouso Redondo, fomenta à atuação da própria Federação e das entidades parceiras que lutam por uma agricultura sustentável. “Com uma valorização do trabalho, da renda e do meio ambiente, queremos uma agricultura familiar com gente e por isso a organização dos agricultores familiares é fundamental”, afirma.
Fonte: Matheus Antonio Kraemer/Jornalista