O Egito tem experiência milenar com história de ‘múmias’ e ‘pragas’. E embora os tempos sejam outros, optaram por não correr riscos desnecessários. O que pode explicar em partes, porque o seu governo preferiu gastar energias em levar Lula a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27) e não desperdiçar tempo com o atual presidente do Brasil. Que não só o Egito, o mundo vê como uma ´praga’ atual. Uma chaga maldita aos avanços bilaterais no debate sobre a questão climática mundial. Um puria de péssimo respaldo internacional.
Certamente o governo egípcio colheu os bons resultados com a confirmação de que o novo presidente eleito do Brasil iria para a conferência. Pois, Lula foi brilhante! E mesmo com o encerramento da conferência, foi e continua sendo assunto na imprensa planetária. Em seu discurso: criticou o formato que define a composição dos países membros da ONU, falou dos conflitos bélicos que produzem sofrimento, das dores do mundo impostas pela fome no planeta. E não deixou de criticar compromissos não assumidos pelas nações desenvolvidas, sobre pactos de edições anteriores da conferência.
Mas, não apenas rememorou questões políticas conjunturais no mundo atual. Sua fala reaglutinou continentes para a grande causa: nossa permanência como residentes passageiros da ‘Casa Comum’. Invocou o franciscanismo planetário para a grande empreitada: cuidar do Planeta para salvarmo-nos a nós mesmos. Não só, disse que urge responsabilidades aos que em grande parte tem culpa na dramática situação atual, onde alguns países estão ameaçados e condenados a desaparecer com o aquecimento global.
Ao natural, como prestigiado líder mundial, provocou entusiasmo, emocionou, encheu o plenário de esperanças para uma plateia eufórica. Entoaram-se cantos, como mantras de espíritos livres. Criticou o cercadinho dos maus espíritos, reocupou o espaço da discussão. Fez-nos sentir país, nação, povo novamente. Seus mais de trinta minutos de fala tiveram mais ressonância que os quatro anos do governo fracassado e irresponsável que finda como fim de feira.
A presença de Lula no Egito como novo presidente brasileiro a partir do próximo ano, o reconduz ao papel de grande estadista. E Lula não falou pelo Brasil, mas pelo planeta. Tratou das responsabilidades, cuidado para com a ‘Casa Comum’. Ocupou jornais, sites, ferramentas de comunicação em todos os continentes. Deixou o país dos faraós como a grande esfinge: admirável, poderosa, impossível não ser vista. Não foi um renascimento, e sim, reposicionamento na ordem das coisas.
Lula não voltará apenas governar o Brasil, mas para ser o grande líder mundial. Não venceu uma eleição, venceu o infortúnio do ódio, da injustiça, das maldades e insanidades do mundo cometidas contra si. Venceu o inferno da prisão, das mentiras, do julgo da estupidez, da desonestidade para ser luz em um tempo de escuridão. Voltou para levantar os espíritos das florestas, savanas, pradarias. O planeta não é o mesmo após sua fala! – Lula voltou, o nordestino que tentaram enterrar vivo, que não é só uma ideia, não se reduz a uma metáfora como tentei comparar, é uma dádiva do nordeste para todo Brasil. Uma, senão a mais poderosa voz para um macro diálogo internacional!
Já Bolsonaro, este subproduto da estrutura política conservadora nacional saíra pela porta dos fundos para um sarcófago putrefato. Uma ‘Múmia’ enrolada em toda patifaria que cometeu, insepulta com a quebra dos sigilos, odiosa, envergonhada, espiando de longe o poder da grande ‘Esfinge’
Prof. Neuri A. Alves
Filósofo pesquisador, assessor de formação e elaboração